Sexta-feira, 13 de Maio de 2016
publicado por JN em 13/5/16

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Emissões especiais:

Reportagem TSF (40'): «Leva-me À Estrada do Paraíso»

Zona Franca (40')«As Canções de 'A Vida no Campo'»

 

   

E SE A VIDA PUDESSE SER MAIS AUTÊNTICA?

 

Consegue imaginar uma vida mais serena, mais barata, mais livre? E, se calhar, mais inteligente?

 

A VIDA NO CAMPO traz-nos gentes, saberes e sabores ancestrais. Traz-nos a amizade, o amor e a perda também. Traz-nos cães – traz-nos vários cães, como nos traz outros animais. Traz-nos hortas domésticas e flores. Piqueniques, caminhadas a perder de vista e barcos navegando no horizonte. Crepúsculos românticos e dias de frio à lareira.

 

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EXPRESSO

«A redescoberta da vida inteira.»

LER

«Há-de iluminar o teu dia.»

TSF

«Um livro belo.»

CORREIO DA MANHÃ

 

PRINCIPAIS ENTREVISTAS:

› Diário de Notícias: aqui  Revista Sábado: aqui  Revista Estante: aqui  Diário Digital: aqui › Porto Canal: aqui › SIC Notícias: aqui › RTP 3: aqui › Canal Q ("É a Vida Alvim"): aqui e aqui › Canal Q ("Inferno"): aqui › Kanal das Doze: aqui › RTP Açores ("Telejornal"): aqui › RTP Açores ("Açores 24"): aqui › RTP Açores ("Social Açores"): aqui › RDP-Antena 1: aqui › RDP-Antena 2: aqui › RDP-Antena 2: aqui › RDP-Antena 3 ("Prova Oral"): aqui › RDP-Antena 3 ("Manhãs da 3"): aqui › Rádio Renascença: aqui › WJFD, EUA ("Conversas Que Importam"): aqui › Portuguese Times, EUA: aqui › Rádio Voz do Emigrante, EUA:  aqui› O Jornal, EUA:  aqui ›  Cabo Video, EUA:  aqui

 

«A escrita é concisa, cuidadosa, composta palavra a palavra, sob pressão, de uma tranquilidade melancólica, atenta às mutações, aos hiatos, ao que fica do que passa. (...) "A Vida no Campo" é um "poema à duração". Um elogio da transmissão geracional, das boas pessoas, dos objectos herdados, da felicidade pela agricultura, do viver habitualmente. A Terra Chã desenha-se como uma hipótese de salvação pela Humanidade comum.»

PEDRO MEXIA (Expresso)

 

«Onde se escreve com elegância e emoção sobre os lugares amados – demora aí o teu olhar, querido ouvinte, se mereço o teu crédito. Há-de iluminar o teu dia. (...) Joel Neto é um homem de carácter. É aquele que perpetua, como o mostra este  belo e comovente livro, que me deixa entre uma benévola melancolia e uma irreprimível vontade de chorar.»

FERNANDO ALVES (TSF)

 

«Vivo no campo, mas nunca me senti tão próximo dele como depois de ler este livro. A escrita do Joel é uma varanda para a paisagem que a interpreta e a faz florir. Devo-lhe, depois disto, o facto de ter uma visão mais clara através das minhas janelas, como quem desembacia o vidro, e de me ter assombrado com recordações que eu julgava serem minhas, mas que, afinal, são absolutas.»

AFONSO CRUZ

  

«Joel Neto decidiu ir viver na terra dos seus maiores, ilha Terceira, Açores – o relato desses anos, e dessa conversão, vem neste diário que trata de coisas simples: o dia a dia na sua aldeia, de onde se suspeitam os telhados de Angra, a ventania sobre as araucárias, os gestos simples de economia doméstica, a redescoberta da vida inteira.»

LER

  

«Joel Neto escreve sobre as particularidades da vida no campo com um enlevo sóbrio. Coisas invulgares, como plantar um plátano ou um castanheiro, adquirem a naturalidade de um gesto simples, embora carregado de significado.»

CARLOS VAZ MARQUES (TSF)

  

«Um livro em forma de diário que pode ser lido como um romance. Nele, Joel Neto revela uma intimidade com o lugar e quem o povoa através de uma escrita descomprometida e pouco artificiosa.»

ISABEL LUCAS (Estante)

  

«Um livro extraordinário. Joel Neto é um dos grandes escritores portugueses contemporâneos.»

JÚLIO MAGALHÃES (Porto Canal)

  

«Quando discorre sobre a vida no campo, Joel Neto escreve com o maravilhamento de alguém que vem de fora. Quando escreve sobre a cidade, as raízes campestres notam-se em cada parágrafo.»

SÁBADO

  

«Joel Neto, a viver nos Açores, oferece-nos um livro belo sobre a vivência na ilha – e com eles percebemos que os mistérios da natureza humana não sofrem grandes variações geográficas.»

JOÃO PEREIRA COUTINHO (Correio da Manhã)

 

«De um lirismo firme e urgente. Há um trecho que luta com essas nossas ideias de felicidade com algodão. "Isso aqui também é meu!", grita a personagem diante do "nada que é seu". E talvez aí resida a decisão mais humana que se pode tomar diante do absurdo: a decisão de um delírio. Joel Neto vive alhures, mas escreve pelas cercanias do que há de comum em qualquer geografia.»

CÁSSIO PANTALEONI (Brasil)

 

«Misturam-se memórias e observações, numa constante procura identitária, social e literária.»

JORNAL DE LETRAS

 

 

«Um grande contador de histórias. (...) Um livro luminoso, profundamente humano e belo.»

MÁRIO RUFINO (Diário Digital)

 

«Tenho-o feito render, praticamente uma página por dia, para não chegar ao fim. A maneira quase teológica como Joel Neto vê o campo, a sua linguagem cristalina... Um escritor magnífico. E uma cabeça universal reflectindo sobre a província.»

RITA FERRO (RTP/Smotth FM)

 

«Depois do sucesso de "Arquipélago", um diário com o fôlego e o caparro de um romance, e a capacidade que este senhor tem de transformar a realidade em literatura.»

HUGO GONÇALVES

 

«Um primoroso acto literário, uma ode simultaneamente original e de imediato reconhecida ao modo como vivemos entre o riso e o medo. A obra de Joel Neto é já uma confirmação faulkneriana de que um pequeno e delimitado território natal é o único espaço essencial a uma outra grande arte literária. A grande literatura não poderá ser muito mais do que isto.»

VAMBERTO FREITAS (Açoriano Oriental) 

 

«Que delícia ler o Joel Neto. Escreve como se tanto lhe fizesse: que lêssemos ou o deixássemos a falar sozinho.»

FERNANDO VENÂNCIO

 

«Um registo íntimo e intimista. Um escritor de robustíssimo talento.»

VICTOR RUI DORES (Diário Insular)

 

 

«Passadas 30 páginas, só me apetece sentar junto aos velhotes, à espera da urbana, para ouvir as suas histórias. Que maravilha. Triste, melancólico, hilariante. Tem de tudo. Especialmente a capacidade do autor em contar histórias. Livro luminoso.»

MÁRIO RUFINO

 

 

«"A Vida no Campo" mostra-nos como Joel Neto voltou a ver estrelas e delas fez literatura, sublime.»

ANTÓNIO SIMÕES (A Bola)

 

«Excelente.»

DINIZ BORGES

 

 

«O que me impressiona nos livros de Joel Neto é o cuidado posto na escrita. Mais do que o imaginário açoriano, mais até do que o conteúdo das suas reflexões, é na forma que ele me impressiona. Já são poucos os que escrevem assim, com esta maestria.»

JOSÉ LOURENÇO

  

 

«Ontem, enquanto lia A vida no campo no metrô, perdi a estação em que deveria descer. (...) Ali sim, estou encontrando acolhida, descanso, proteção.»

HELENA COSTA (Duas  Fridas, Brasil)

  

«O estilo perfeccionista, objectivo e cuidado da escrita de Joel Neto, aplicado ao sentido profundamente humano com que observa a vida, transformam todos os actos do quotidiano que vive em verdadeiras pérolas literárias. ["A Vida no Campo"] Rivaliza com muitos clássicos onde se destila sabedoria, mas desta feita uma sabedoria humilde, da prática do dia a dia, e do profundo conhecimento da vida que se encontra enraizado em cada um de nós e que a cada um ultrapassa.»

PAULO NEVES DA SILVA

  

«Há a largueza – de horizonte –, a densidade – das emoções, dos conhecimentos, das revelações e até os silêncios onde somos mais – se conseguirmos estar connosco. Em "A vida no Campo", o silêncio íntimo faz-se palavra e a paisagem, com homens, ganha verbo, através da escrita desafectada, plena, animada por emoções e revelações, de Joel Neto.»

MARIA DO CARMO PIÇARRA (Diário do Alentejo)

  

«Mais um grande livro! Mais de duzentas páginas destinadas a êxito garantido.»

JOSÉ MANUEL SANTOS NARCISO (Expresso Atlântico)

 

«É aqui, em "A Vida no Campo", que me reencontro com os nossos, que me emociono de orgulho pelos portugueses e pela diversidade no que somos. Não são os jogadores da selecção, as bandeiras nas janelas. É Joel captando na suas páginas como somos e de onde vimos. Um dia, todos esses livros que compramos nos supermercados ou encontramos empilhados nas bancas das livrarias desaparecerão. Mas a obra do Joel resistirá.»

PAULO CAIADO

 

«Pensava eu que algumas recordação eram apenas minhas. Não o são. O livro do Joel Neto é uma viagem ao campo e à memória de todos nós. Escrito com o coração desembaciado e emoção. Um prazer.»

HELENA FERRO GOUVEIA

  

 

«Este "A Vida no Campo" é as pessoas que o habitam como a uma casa. Pessoas edificadas de tamanha humanidade que deixam de ser os habitantes da Terra Chã e da Terceira, a fim de serem os nossos conterrâneos. Dei comigo a encontrar-me com o meu pai e a forma como faz crescer a vida no quintal, a minha mãe em volta do forno com o cheiro do pão acabado de cozer, e todo o legado que o meu avô de certa forma me deixou.»

HELDER MAGALHÃES

  

«Como leitora, gosto muito do escritor Joel Neto. Como pessoa, e como também a mim “só o que é íntimo me interessa”, fiquei a apreciá-lo imenso. Sendo um “bon vivant”, possuiu a disciplina de quem há muito cumpre prazos para publicação; e muita sabedoria de vida. Revela grande delicadeza no trato de pessoas, animais e vegetação, assim como um sentido de humor apurado.»

ILDA JANUÁRIO (Milénio)

  

 

«Um relato nostálgico, mas vibrante e encantador, de um quotidiano descomplicado de gente simples numa terra mágica.»

VÍTOR CATULO (Rede Regional)

 

«Em três dias, devorei – em todos os intervalos de uma vida bem preenchida – as maravilhosas páginas deste diário. Excepcional. As personagens transformaram-se em imensas pessoas da minha vida.»

ANDREIA MELO  

 

«Gostava muito que os meus filhos lessem estes textos. Porque são bons e belos e verdadeiros. Porque nos falam de árvores desconhecidas como as criptomérias, cuja madeira é mole mas resistente à humidade, e do perfume inebriante das flores brancas do jasmim ao cair da noite. E que vontade de ir à pesca, coisa que jamais fiz. Ainda irei a tempo?»

CÉU COUTINHO (Capazes)

 

«Nele cabe a infância e a memória, a amizade e o amor, sempre com o engenho literário de alguém que nos tem habituado a grandes crónicas e que possui a arte de escrever (muito) bem e de forma condensada. Um exercício autoral, que permite assistir à transmutação da vida real em literatura. Em boa literatura.»

PEDRO MIGUEL SILVA (Deus Me Livro)

 

«Um açoriano que volta a morar nos Açores depois de vários anos em Lisboa. A visão de quem já esteve fora e consegue apreciar todas as pequenas idiossincrasias dos seus conterrâneos. Muito bem escrito, com um pingar de ternura que não chega a ser lamechas.»

FRANCISTA PRIETO (Delito de Opinião)

 

«Um bom livro faz-me ter vontade de escrever melhor, o que se torna automático quando leio o Joel Neto. Porque é isso que ele faz, escreve divinamente, como eu gostaria de escrever um dia, como só quem ama as palavras e lhes presta as devidas honras consegue. Concilia perfeitamente uma escrita objetiva e clara com a beleza e a poesia da literatura, a inteligência de quem pensa e a sensibilidade de quem integra. Com sentido de humor, muito sentido de humor. Um humor que agora é maduro, livre da ditadura da persona e da defesa do ego.»

ISABEL DUARTE SOARES (Eça é Que é Essa)

 

«Dei por mim, diversas vezes, a deixar cair umas lágrimas aqui, outras acolá, perante a magnífica experiência que Joel Neto me proporcionou. Qualquer pessoa que já tenha tido algum contacto com a vida rural e/ou insular se irá agarrar com força a este livro e guardá-lo com carinho durante muito e muito tempo. Os restantes, bem, esses ficarão com vontade de ter contacto com a vida no campo o mais brevemente possível.»

ALEXANDRA (Gira-Livros)

  

«Quem disse que a felicidade não tem história? Contem com poesia inesperada e um absurdo desejo, não de sofrer, mas de ser feliz.»

CÉU (Senhoras da Nossa Idade)

 

«Fiquei arrebatada logo às primeiras linhas. A escrita de Joel Neto é envolvente e viva. (...) Cada uma destas entradas é rematada com uma frase brilhante.»

MARIA JOÃO DIOGO (A Biblioteca da João)

 

«Belo livro.»

JOSÉ DO CARMO FRANCISCO (Transporte Sentimental)

 

«Ler este livro não é só um passeio na fantástica ilha Terceira. É uma tomada de consciência. É um acordar meigo para o que a vida poderá ser.»

MÁRCIA (Planeta Márcia)

 

«Este livro volta a demonstrar-me que Joel Neto é, realmente, um dos melhores escritores da actualidade. Metam-no na vossa mesinha de cabeceira e façam um pacto com vocês mesmos de que irão ler uma crónica/entrada por dia (duvido que consigam ler só uma por dia) e tentem combater a vontade louca que terão em se mudar para o campo. Se, como eu, têm o privilégio de já lá morar, preparem-se pois a vossa visão do local onde vivem nunca mais será a mesma.»

ROBERTA FRONTINI (Flames)

 

«Foi encetado num voo para o Pico. Não podia ter escolhido melhor companhia. A visão de quem já esteve fora e consegue apreciar todas as pequenas idiossincrasias dos seus conterrâneos.
Muito bem escrito, com um pingar de ternura que não chega a ser lamechas.»

LIVRARIA DÉJÀ LU (Déjà Lu)

 

«Fez-me pensar nos cenários dos romances de Júlio Dinis, d'"A Cidade e as Serras" ou dos poemas de Cesário Verde. Um livro de homenagem à terra do autor, que também é a minha. Aos lugares, aos costumes, ao falar, às pessoas. Um livro que, sem qualquer sombra de cinismo, é um hino à Terceira.»

ILÍDIA BETTENCOURT (Acre e Doce)

 

«A minha estreia com o autor foi com A Vida no Campo. E foi uma excelente estreia. Fiquei rendida. A escrita é maravilhosa, real, honesta. Somos transportados para um lugar que parecemos conhecer tão bem.»

ISAURA PEREIRA (Jardim de Mil Histórias)

 

«O leitor sente-se parte, reconhece-se e pergunta-se se valerá a pena, quando tudo pode ser tão mais simples, sem ser simplista. Quando tudo pode ser melhor, muito melhor do que vaguear entre tantas outras personagens construídas pela vida na cidade.»

ANÍBAL PIRES (Momentos)

 

«Há livros que me fazem querer ir mais cedo para a cama para os ler. Este também. Mas que me tenha feito o que este fez, não me recordo: levantar-me. Aos sábados vou tendo a fantasia de acordar mais tarde, de poder ficar mais tempo na cama. Raramente o consigo. Mas hoje saltei da cama para fora. Por causa deste livro.»

PAULA ESPADA (Pedaços de Mim)

 

«Ainda não tinha terminado o "Anúncio" e já sabia que valeria a pena. Um cisco no olho, talvez. E a vontade de contar pequenos acontecimentos singulares.»

PEDRO RUI SILVA (Funge Com Frango Frito)

 

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Quinta-feira, 24 de Setembro de 2015
publicado por JN em 24/9/15

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1ª edição Maio 2015 • 2ª edição Junho 2015 • 3ª edição Julho 2015 • 4ª edição Agosto 2015 

 

Finalista do Prémio Literário Fernando Namora 2015

 

«Uma celebração dos Açores.»

JORNAL DE LETRAS

 

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EXPRESSO

 

«Um romance de tirar o fôlego.»

RTP

 

«Excepcional.»

João de Melo

 

PRINCIPAIS ENTREVISTAS:

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COMENTÁRIOS E AVALIAÇÕES DOS LEITORES:

FACEBOOK: aqui

GOODREADS: aqui

 

"ODE A ANGRA MINHA CIDADE EM TOM DE ELEGIA", de Marcolino Candeias

LIDO POR JOEL NETO:

 

 

PRINCIPAIS CRÍTICAS: 

«Excepcional. Obras de tão superior qualidade como este Arquipélago não acontecem todos os dias. Nem todos os anos. Notável.»
João de Melo

 

«Quando começamos, não conseguimos largar. Uma verdadeira epopeia.»
Alice Vieira

 

«Uma celebração dos Açores, com todas as suas nuances, especificidades, cores, histórias e silêncios.»

Luís Ricardo Duarte (Jornal de Letras)

 

«A grande obra de Joel Neto até à data. Uma saga que parte do mistério do desaparecimento de uma menina para contar a história de uma ilha e a odisseia de um povo constantemente assombrado por terramotos. Uma reflexão sobre a insularidade e um bom exemplo do que deve ser a colecção Livros RTP.»

Inês Pedrosa (Antena Um)

 

«Magnífico. Não creio que possa ser facilmente ultrapassado entre nós na sua dimensão formal e temática, na expansividade da sua narrativa, no inter-relacionamento das inúmeras personagens de várias gerações, no mistério tornado história plausível, no seu profundo diálogo com toda a tradição literária açoriana.»

Vamberto Freitas

 

 «Um livro fantástico, com aquela escrita mágica que encontramos em alguns livros sul-americanos. Um romance que aconselho vivamente.»

Manuel Luís Goucha (TVI)

 

«Um belo romance [sobre] as ilhas de todos os mistérios e maravilhas, os Açores. Uma teia muito bem conseguida. Fascinante.»
Fernando Sobral (Jornal de Negócios)

 

«Não convém nunca perder de vista esse extraordinário livro que se chama 'Arquipélago'. É absolutamente notável, este regresso de Joel Neto aos Açores.»
João Gobern (RDP-Antena 1)

 

«Um romance de largo espectro como há muito não acontecia no universo literário açoriano. Uma vasta tapeçaria em que os fios se cruzam (e por vezes se descruzam também), num registo ora realista, ora fantástico ou meramente fantasioso, ora ainda cronístico, alternando os grandes planos e movimentações com a intimidade microscópica do comportamento e dos gestos individuais. A Terceira merecia isto. E nós, leitores, também.»

Urbano Bettencourt

 

«Eu soube que não estava sozinha ao ler o livro [Arquipélago] durante uma fase tremendamente solitária da minha vida.»

Ana Marta Ramos (Senhoras da Nossa Idade)

 

«À clássica pergunta “que livro levarias para uma ilha deserta”, responderia agora "Arquipélago, de Joel Neto". Ler numa ilha um livro passado numa ilha que fala de alguém em busca das origens dessa ilha e das suas próprias origens – há algo de circular e hipnótico nisto, tudo o que de fantástico encerra a própria ideia de ilha.»

Céu Coutinho (Maria Capaz)

 

«Estou naquele hiato entre um livro e o próximo, um não-lugar entre mundos, sem conseguir desapegar completamente dos personagens e paisagens açorianos, habitantes do livro de Joel Neto. Tudo sobre esse “Arquipélago” foi sempre cercado de encanto (...). Um romance intimista, uma trama de suspense e história, uma ode sincera aos Açores. Uma lente que se aproxima e se afasta com maestria, realizando o truque próprio da boa literatura: desloca o leitor de sua realidade, retira-o de sua zona (que é sempre de conforto) ao mesmo tempo em que faz com que se identifique com lugares em que nunca esteve e com pessoas que jamais encontrou ou encontrará.»

Helena Costa (Duas Fridas, Brasil)

 

«Se dúvidas houvesse, "Arquipélago" desfê-las: Joel Neto é uma revelação na literatura em português. [Um livro] Sublime, encantador.»

António Simões (A Bola)

 

«'Arquipélago' remete-nos para o destino da vida humana no teatro do mundo. A ilha Terceira apenas lhe dá décor e habitat. Joel Neto é a afirmação inequívoca de uma verdadeira vocação de escritor.»

Victor Rui Dores (Açoriano Oriental, Diário Insular, Tribuna das Ilhas)

 

«Um acto de amor e um acto de generosidade. Um romance quase total, com personagens que parece quererem rasgar as suas páginas, escapar-se delas. Joel Neto é uma das pessoas mais generosas que eu conheço. E o escritor mais profissional que se pode encontrar.»

Nuno Quintas

 

«O contador de histórias que a paisagem dos Açores há muito esperava.»

Eric Frattini

 

«Uma belíssima geografia de recomeços. São silêncios como estes que nos agarram pela intimidade. E pela culpa.»

Miguel Guedes

 

«Apesar de todo o poder descritivo de que Joel Neto faz uso, é na aguda exposição dos relacionamentos humanos que se encontra o coração deste romance. É a prova de que há uma forma intelectualmente honesta e literariamente superior de escrever e chegar às pessoas.»

Pedro Miguel Pereira (Açoriano Oriental)

 

«Uma ficção com dois grandes eixos: o da viagem à volta da ilha e o da viagem interior. Arrisco dizer que Arquipélago se situa entre duas grandes obras da literatura ocidental: a Odisseia, de Homero, e Viagem À Volta do Meu Quarto, de Xavier de Maistre.»

Carlos Bessa 

 

«Uma verdadeira obra de arte. Dos Celtas à Atlântida, dos cultos aos medos, das origens das touradas ao Divino: as mais difíceis teorias de mãos dadas com os problemas do quotidiano, feito de amores e desamores, rituais sangrentos e ódios guardados em segredos profundos. Tudo embrulhado numa clara, lúcida e diria que heróica descrição de ambientes e costumes dos Açores, principalmente da Terceira.»

Santos Narciso (Atlântico Expresso) 

 

«Excelente.»

Inês Nascimento Rodrigues (Rádio Universidade de Coimbra) 

 

«Um livro que nasce do olhar de Joel Neto sobre a beleza dos Açores. E da paixão.»
Pedro Rolo Duarte (RDP-Antena 1)

 

«Um dos melhores romances que li nos últimos tempos.»
Luís Corredoura

 

«Inevitável evocar Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio. Se, porém, ambas as obras exploram questões existenciais dos protagonistas no contexto da insularidade, sublinhem-se diferenças fundamentais. A obra de Nemésio aborda a moral burguesa asfixiante da sociedade açoriana nas primeiras décadas do século XX, enquanto Neto toma a gente simples, cuja força e dignidade Nemésio também retratara, como matéria para aprofundar o olhar sobre o arquipélago.»

Maria do Carmo Piçarra (Diário do Alentejo) 

 

«Desde a primeira página que fiquei preso. Já outros, o disseram: é um grande livro. Ficará na história da literatura com um dos grande romances da língua portuguesa. É um livro que “agarra” o leitor desde o começo e que o atira para dento das vidas dos personagens, todos eles extremamente bem trabalhados, num conjunto de vozes que dialogam diretamente com cada leitor. Um livro que marcará várias gerações.»

Diniz Borges 

 

«Atlântida ou Avalon, como se sugere neste livro magistral, importa perceber só isto mesmo: que os Açores vivem da magia e nos seus mistérios reside toda a sua força da gravidade.»

Paulo Matos (Diário Insular)  

 

«Joel Neto fala da reconstrução da ilha Terceira. Narra os desgostos e os crimes. Fala dos sentimentos de perda e de conquista, de procura e de encontro, de desilusão e de força. Também existe amor dentro deste livro. E ilusões capazes de derrubar uma personagem. E nós, leitores, vamos no embalo. Sentimos o que sentem as personagens. É um orgulho ter escritores assim nos Açores!»
Patrícia Carreiro (Terra Nostra)

 

«Uma narrativa viciante. Com os sabores e os odores do basalto da Terceira; com as histórias de quem vai, de quem vem e de quem fica e da sua ligação com a terra e com o mundo. A nova geração de escritores açorianos a deixar a sua marca na literatura portuguesa. Que bom!»

Idália Serrão

 

«Um livro que me reconciliou com a leitura de romances. Leiam-no como quem bebe um cálice de verdelho velho, às quatro/cinco páginas de cada vez. Não passem das dez. Saboreiem-no.»

Francisco Reis Maduro-Dias

 

«Uma obra que responde a uma geração, a uma caminhada por recantos e histórias que marcaram e ainda marcam um tempo das ilhas e de um país ilhéu. Um sismo literário, uma paragem obrigatória.»

Rui Goulart

 

«Quando muitos terceirenses se questionam sobre o futuro da sua ilha, surge uma obra que abraça todas as suas riquezas humanas, paisagísticas e culturais, reavivando assim a chama da terra dos bravos. Sabe bem, mesmo a mim.»

Paulo Noval (Açoriano Oriental)

 

«Muito provavelmente, pode ser considerado o melhor livro nacional do ano até à data. (...) História de amores e desamores, finais e recomeços, “Arquipélago” tem o perfume dos grandes clássicos e o fôlego de uma grande epopeia, vivida num dos últimos paraísos da Terra. Um livro belíssimo.»

Pedro Miguel Silva (Deus me Livro)

 

«A vidas de José Artur, Luísa, Maria Rosa, Elisabete, Elias Mão-de-Ferro, (...) Deodato Silveira-Goulart e, claro, José Guilherme e André Drumonde vão-se misturando e formando um enorme romance à moda antiga, com paixões, traições e rivalidades familiares, hierarquias e lutas quase territoriais, prestando sempre homenagem aos Açores na sua essência. Uma ode às gentes, aos costumes, aos dialectos e aos vocabulários.»

EfeitoCris (Roda dos Livros)

 

«As últimas duzentas páginas acabaram por superar tudo o que tinha imaginado acerca de um livro. Não sei se vos consigo explicar isto muito bem. Este livro é maravilhoso.»

Cláudia Oliveira (A Mulher Que Ama Livros)

 

«Quando a acção se processa calmamente e o ritmo é tranquilo, um soco atinge-nos. (...) [Uma Leitura] Especial na sua grandeza, na sua forma, na maneira como está escrito e como os Açores, mais propriamente a Ilha Terceira, estão descritos. Só quando terminei a sua leitura é que me apercebi da sua dimensão. Uma sensação de paz (...) acometeu-me.»

Cristina Delgado (O Tempo Entre Os Meus Livros)

 

«Do princípio ao fim, a leitura de Arquipélago envolve-nos, enreda-se em nós e subjuga-nos como o típico nevoeiro açoriano que nos impossibilita ver para além do que está ao alcance das nossas mãos. Nos oito dias em que o romance me fez companhia foi assim que me senti, atrapada num redil de paisagens geográficas, climatéricas, gastronómicas, linguísticas, místicas, míticas, históricas, sociais e pessoais»

Cristina Delgado (O Sabor dos Meus Livros)

 

«Cheguei a ter pesadelos e insónias porque não conseguia compreender o mistério por detrás de algumas personagens, e não queria parar sem os ter todos desvendados. Quando um livro mexe assim connosco, significa que estamos perante algo de extraordinário. E é por tudo isto que julgo poder afirmar que esta é uma das melhores obras escritas em língua portuguesa nos últimos anos.»

Roberta Frontini (In Flames We Trust)

 

«Um ritmo sedutor, uma escrita impecável, descrições fantásticas e bem integradas de lugares, sabores, até conceitos, personagens densas, personagens caricatas, personagens que, como Luísa, se deixam apenas antever, e tudo funciona para fazer dele uma belíssima leitura.»

Carla M. Soares (Monster Blues)

 

«Uma obra-prima. A escrita é simples, directa, criativa, detalhada, poética, pausada e concisa. A leitura é agradável, doce, delirante, compulsiva, viciante e fluída. E o ritmo da leitura alucinante.»

Manuela Santos (Marcas de Leitura)

 

«Há muito que o país precisava de um autor assim, de um autor que agarrasse um livro como quem agarra a corda que da outra extremidade o touro rechaça. Portugal está mais rico na literatura hoje, e estarei sempre atenta às novas obras que este punho produza. Até hoje julgo que nenhum autor português (teria de revisitar Eça ou Camilo para o dizer em absoluto) teve este talento para descrever paisagens e as entranhar em nós.»

Célia Correia Loureiro (Castelos de Letras)

  

«Em Arquipélago, podemos encontrar um alimento que tem tantos ingredientes de romance, como também umas pitadas de thriller, com a intriga a marcar o passo e o mito da Atlântida como catalisador.»

Sofia Teixeira (BranMorrighan)

  

«Gosto de originalidade em detrimento da onda avassaladora que se submete às tendências de uma época e tende a homogeneizar tudo o que entretanto vai saindo num dado período e neste aspeto "Arquipélago" é de facto diferente e segue um estilo próprio.»

Carlos Faria (Geo Crusoe)

  

«Podia ficar apenas pelo “gosto” que já deixei na página do Facebook do autor, mas era pouco face ao prazer que me proporcionou a leitura. Quem conhece a ilha Terceira sente-a nas páginas do Arquipélago, sente os seus odores e as brumas a entranharem-se no corpo, percorre trilhos e pastos, mergulha nos mistérios da ilha, os da noite justiceira e os dos sinais escavados nas pedras ou com pedras erigidos. Instala-se uma incontornável vontade de a redescobrir, nem que seja apenas numa revisitação à orgia de sabores da sua original gastronomia.»

Aníbal Pires (Momentos)

 

«A escrita é intocável. Soberba! Vale todos os elogios que lhe têm sido tecidos ao longo destes tempos. Joel Neto e a sua escrita é bom que tenham vindo para ficar! E é por tudo isto que julgo poder afirmar que esta é uma das melhores obras escritas em língua portuguesa nos últimos anos, e Joel Neto um dos maiores e melhores romancistas lusófonos.»

Roberta Frontini (In Flames We Trust)

  

«Um livro para muitos públicos, mas essencialmente para quem vibra com uma história de amor ou então para quem, como eu, foi procurar conhecer e entranhar-se no ambiente dos Açores.»

Cristina Rodrigues (Com Regras)

 

VENDA ONLINE:

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No último paraíso do Planeta, a meio caminho entre o Velho e o Novo Mundo, as ventanias preparam a sua ofensiva. Ardem vulcões e terramotos, e é contra a morte que o povo dos Açores festeja, eufórico, como se em todo o caso o fim estivesse próximo.

De regresso às ilhas após trinta e cinco anos de ausência, José Artur Drumonde colecciona afectos e perplexidades. Há Elias Mão-de-Ferro, um velho endurecido pela vida no mato e pela culpa. Há Maria Rosa, uma pequena maria-rapaz, loira como só aos oito anos, conhecedora das raças de vaca e da natureza humana. Há Cabrinha, taberneiro e manipulador da consciência colectiva; há La Salete, a sua filha cozinheira e sábia; há Luísa Bretão, mulher de beleza e silêncios, a quem o regressado demorará tempo de mais a declarar-se.

A sua viagem não é a de um vencedor. Com a carreira na universidade onde ensina em risco, José Artur voltou em busca do que quer acreditar serem vestígios da Atlântida, a utopia há tanto procurada por arqueólogos e historiadores, e provavelmente também da memória de José Guilherme, o avô de cuja vida de adulto a sua própria existência fora, décadas antes, uma reprodução em ponto pequeno.

A terra não treme sob os seus pés: nem o maior o terramoto o seu corpo será capaz detectar, no que constituirá o mais evidente sinal da incompletude da sua pessoa. Na autenticidade da vida do campo, na repetição dos gestos dos seus antepassados – aí se encontrará, talvez, a redenção.

Mas as entranhas da velha casa familiar escondem um segredo: os ossos de Elisabete, a criança desprovida de um braço e dotada de força sobre-humana cujo desaparecimento, quase quarenta anos antes, coincidira com o fim da sua própria infância. E, à medida que – ao volante do seu Boca de Sapo verde-garrafa e na companhia do seu cão dourado –, o professor vai progredindo numa investigação algo caótica, para que o empurra mais a urgência do que a vontade, aquilo com que se depara são as pistas de uma vingança demasiado antiga, envolta numa teia de mentiras e já com um rasto de destruição demasiado extenso para que a possa desmontar um só homem.

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Sexta-feira, 1 de Maio de 2015
publicado por JN em 1/5/15

IMG_3767.jpgPara a semana faço uma alcatra e convido os Pereiras. A Telma veio cá ontem trazer uma posta de carne. Tocou ao portão e disse: “É uma esmola pelo Senhor Espírito Santo, que tem estado comigo este tempo todo.” Deu uma palmadinha na barriga.

A Telma é a mais nova dos oito garotos da minha primeira infância: quatro casais de irmãos que faziam tudo juntos. Está grávida e isso surpreendeu-me. A gravidez precoce alastra nestas ilhas, mas aos sete anos é realmente cedo de mais.

Até à Segunda-Feira de Pentecostes, o sino do portão tocará mais vezes. Só aqui na Terra Chã, há quatro impérios do Divino. Cada um deles celebrará o Bodo à sua maneira, e em vários casos o mordomo acabará por fazer-nos chegar uma esmola.

Subsiste uma utopia nisto. Cientistas estudaram as Irmandades do Espírito Santo, disseminadas desde o século XVI, e encontraram na sua extraordinária horizontalidade os mesmos elementos em que ainda hoje se sustentam modelos de gestão de excelência dos países mais desenvolvidos.

É uma forma vanguardista de democracia. E, no entanto, é também mais do que isso. As marcas deixadas pelos primeiros habitantes desta ilha, quem quer que tenham sido, estão impregnadas de uma sabedoria ecológica precoce. A sua relação com os elementos exprime percepções particulares da morte e do transcendente, e resiste nelas uma sensibilidade ambiental que marca tudo o resto: a religião e a mitologia, o folclore e os saberes.

O culto do Divino é o resultado disso tudo. O culto, as irmandades e a filosofia do Divino. O misticismo e a partilha destas sete semanas após a Páscoa.

Até 25 de Maio, viveremos sob esse signo. A seguir vêm as touradas à corda. Se tenho mesmo de pertencer a um grupo, ademais humano, ainda bem que é a este.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Quinta-feira, 23 de Abril de 2015
publicado por JN em 23/4/15

IMG_2190.JPGÀs vezes temos um pico de trabalho e suspendemos as caminhadas matinais. Outras é o Melville que anda impossível, a arfar por passeios longos, e temos de mudar de trajecto e de hora, porque a princesa não tolera que outros cães pisem o mesmo alcatrão que ela.

O regresso é sempre encantador: porque a paisagem tornou a mudar, porque o mar nos espera na ida e a montanha na vinda, e também porque pelo meio há o Guarita.

O supermercados Guarita, agora uma pequena cadeia, são o epítome de um tempo. Por um lado, hão-de ter prejudicado algum comércio tradicional. Por outro, não deixam de ser eles próprios comércio tradicional. Abrem e fecham cedo, têm os mesmos empregados durante anos e conhecem os clientes pelos nomes, pelos hábitos e pelas reputações.

Vamos desde o primeiro dia ao Guarita da Terra do Pão. Abastecemo-nos de mercearias, cigarros e cafés. As empregadas assinalam quando chegamos dez minutos mais tarde ou mais cedo. Não havendo outro tema, perguntam pelos livros ou pelo cão.

Aqui há dias, encomendámos cuscuz. Certos produtos continuam algo estrangeiros aqui, pelo que às vezes temos de ir ao capitalismo comprar parmesão, pesto, óleo de amendoim. Entretanto, pedimos ao sr. Marcelino para ver se conseguia arranjar cuscuz.

Tratou de tudo em 48 horas: mandou investigar as marcas, fez uma ronda pelos outros supermercados, conferiu connosco do que se tratava. Dois dias depois, não havia uma empregada que não tivesse para nós o recado de que o cuscuz chegara e, afinal, não era massa.

Trouxemos um pacote apenas. Os restantes ainda lá estão. Trá-los-emos um a um, até que fiquemos cheios de tagines e tabboulehs por uns meses.

Nem sempre se encontrava esta alegria no velho comércio. Não vivemos um tempo tão desesperado assim.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Quarta-feira, 22 de Abril de 2015
publicado por JN em 22/4/15

IMG_5925.JPGSempre que posso, visito a D. Maria de Fátima. Desço a Terra Chã na direcção da Boa-Hora, viro para o Pico da Urze e, antes de chegar às Figueiras Pretas, estaciono em frente à escola primária das Bicas de Cabo Verde.

A geografia não é de somenos. Durante anos, eu chegava de Lisboa, para férias ou reportagens, e a primeira coisa que fazia era percorrê-la. A d. Maria de Fátima coze um pão de milho sem igual aqui na ilha. A certa altura, deixou de haver sentido em regressar, sentar-me à frente do cozido de suã que a minha mãe me preparava e não ter aquele pão de milho.

Mas, sobretudo, a D. Maria de Fátima vem da Urzelina, na ilha de São Jorge. O meu avô também vinha da Urzelina. Visitá-la era como começar cada regresso com um pedido de bênção aos meus antepassados. Tornou-se-me muito íntimo, aquele trajecto – quase uma via sacra.

Está sempre de faces rosadas, a D. Maria de Fátima. Já ultrapassou os 75 e continua a trabalhar. Tem netos em cursos supletivos, e infelizmente a ética de trabalho também já não é o que era. Sempre que a visito, queixa-se dos tempos e dos esforços a que ainda tem de dar-se. Mas eu sei que, mesmo que pudesse, não deixaria de cozer o seu pão. Ali, ao fundo daquela rampa, naquela antiga garagem que há tantos anos transformou em forno – ali está a sua consola de comando, a sua janela sobre o mundo.

A D. Maria de Fátima raramente me deixa pagar o pão. Se o quero mesmo fazer, tem de ser à má-fila. Quando lanço um livro novo, vou lá levar-lho. Outras vezes limito-me a aceitar o seu presente e dou-lhe dois beijinhos. Ela não quer, porque está afogueada do calor do forno, suando. Mas eu faço um ar despachado e dou-lhos na mesma.

Esta crónica não tem uma punchline. Procurei-a e não a encontrei. É porque a D. Maria de Fátima não precisa.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Terça-feira, 21 de Abril de 2015
publicado por JN em 21/4/15

IMG_4529.JPGSempre que penso nos primeiros tempos, lembro-me daquele dia em que fomos à RIAC actualizar os documentos. Somos maus com burocracias, ou pelo menos com aquelas que não envolvem penhoras bancárias. Mas estávamos felizes com a mudança e ansiosos por oficializá-la. A Loja da RIAC, versão regional da Loja do Cidadão, tratava de tudo.

“É mais rápido do que em Lisboa”, tinham-nos dito. E, portanto, em vez de limparmos dois dias de agenda, munindo-nos de farnel e tenda de campismo, tomámos um pequeno-almoço reforçado, comprámos garrafas de água e fomos ter à sucursal de Santa Bárbara, instalada no edifício da Casa do Povo, e onde – garantiam-nos – perderíamos menos tempo.
Despachámo-nos em dez minutos. Exagero: oito. Numa salinha onde entravam e saíam velhotes, com a cerimónia de que só os homens do campo sabem revestir-se, uma senhora aviava. Tinha um saco de cebolas no chão, oferecido por algum desses velhotes a que dera uma ajuda com os papéis, e os seus dedos dançavam sobre o teclado como se antecipassem as nossas respostas.
A certa altura, deixei a Catarina a assinar no scan e fui meter-me com a criança sentada na mesa ao lado, a colorir com canetas de feltro. “E tu, és o dos passaportes ou o da conta da luz?” O menino fez um ar pispirreto: “A p’ssora ‘tava doente, home’!” E pôs-se a pintar uma barba ao boneco que tinha à frente, levantando os olhos na minha direcção e copiando cada arabesco, cada pêlo solto, cada pelada.
Pareceu-nos logo um lugar onde gostaríamos de viver: um lugar onde a tecnologia de ponta podia coexistir com um saco de cebolas, uma criança a colorir e alguma eficiência. Nesse sentido, decepcionámo-nos um pouco. Às vezes, no lugar das cebolas está uma dúzia de ovos, o que faz muito mal ao colesterol.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Segunda-feira, 20 de Abril de 2015
publicado por JN em 20/4/15

IMG_4096.JPGMetade das razões por que continuo a fazer uma horta prendem-se com o gosto de comprar os plantios. Uma horta dá pouco rendimento e, para quem tantas vezes tem menos tempo livre do que gostaria, pode até constituir factor de stress.

Custa ver a monda a crescer e os caracóis passeando-se e os melros de tomate-cereja no bico sem, no momento certo, poder sair ao quintal e mostrar-lhes quem manda. E, no entanto, só esse primeiro sábado de Primavera, em que desço à cidade a comprar plantios e sementes, já vale a pena.

Sábado foi assim. Angra estava feliz, famílias inteiras circulando pelos fornecedores de ocasião e pelas lojas especializadas. Havia fila no Basílio Simões. Homens conversavam sobre futebol no José Tomás e no Flores & Parreira. Senhoras cirandavam entre as prateleiras das boutiques com um cartuchinho de couve merceana na mão.

Só não fui ao Mercado do Gado no domingo porque era Páscoa e Jesus expulsa os vendilhões. Foi pena, porque gosto de ver os velhos a negociar, fingindo-se desinteressados, passeando em volta e desgastando o oponente até lhe desferirem o seu golpe quase capitalista. É o meu modo de prolongar aquele sábado.

Assim, regressei ao velho estabelecimento de Basílio Simões & Irmãos, com as suas portadas largas e os seus cheiros a especiarias. Em redor conviviam panelas de ferro, sacas de ração animal e bacalhau seco, funis de plástico, papel de parede e guarda-chuvas de chocolate, fogareiros e óleos de fígado de bacalhau, tachos de alumínio e brinquedos. Ao lado, numa salinha, três idosos faziam contas, vestidos de negro.

Comprei o que precisava e mandei embrulhar em papel pardo. Depois pus-me a passear. Pelo menos três pessoas conhecidas abriram os braços, num sorriso benigno: “Olha, o Joel veio à cidade!”

Diário de Notícias, Abril 2015

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Domingo, 19 de Abril de 2015
publicado por JN em 19/4/15

IMG_2653.JPGFoi num dia de Verão que eu descobri o gosto de comer. Imagino que fosse Verão porque havia um prato com repolho cozido no centro da mesa e uma mosca cirandava em volta, tentando perfurar a tampa de rede que o cobria.

Ou talvez o meu cérebro tenha inventado essa tampa. Não sei se alguma vez houve tal coisa lá em casa.

De qualquer modo, havia um pedaço de repolho e uma mosca voava. Estava calor. E, então, apareceu o sr. Veber.

O sr. Veber era um dos homens mais interessantes da minha infância. Desde logo porque se chamava Veber (ou seria Webber?), o que me remetia para lugares distantes. Abundam por aqui os nomes estrangeiros – flamengos, escoceses, franceses –, fruto de séculos de escalas transoceânicas, mas em regra essa gente prosperou, instalando-se na cidade ou fechando-se por detrás dos portões das suas quintas.

Ademais, o sr. Veber era caiador e retelhador. A cal encantava-me: pelo cheiro, pelas brochas, pelo modo como a chuva limpava os respingos e deixava o que era pintura mesmo. E, além disso, por aquela altura também já imperava aqui aquilo a que chamamos “telha do continente”, e que dispensa retelhação.

Gosto da ideia de desmontar, limpar e montar de novo, asseado mas com história.

Portanto, naquele dia, a minha mãe propôs algo de beber ao sr. Veber. Em vez disso, ele pediu um garfo, cortou um tassalho grosso do repolho e comeu-o de olhos fechados. E, ao mastigá-lo, era como se o próprio repolho pudesse ter nuances, veios e nervos, entretons – uma abundância de pequenos sabores onde um bom palato poderia descobrir o mundo.

Isto foi há muitos anos, e eu tenho a impressão que ainda não há uma grande refeição em que não me lembre do sr. Veber a comer aquele repolho. Somos formados por coisas assim: quase nada, tantas vezes.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Quinta-feira, 16 de Abril de 2015
publicado por JN em 16/4/15

IMG_7657.JPGNa semana passada cruzei-me com o Luís. Emigrou para a América, adolescente ainda, e só voltou quatro ou cinco vezes. Desencontrámo-nos sempre. Tem dois filhos lindos e fala um português da Califórnia, cheio de goshes e sun-of-a-guns, no estrito cumprimento dos Dez Mandamentos. Perguntou-me o que faço e mostrou-me uma foto sua, orgulhosamente aos comandos de uma retroescavadora, a demolir um project algures no Vale do São Joaquim. Voltei 35 anos no tempo. Tal como os miúdos do resto do mundo queriam ser astronautas e polícias, nós queríamos ser pedreiros, serventes ou, nos casos de maior ambição, condutores de caterpillar. Tinham-nos caído as casas em cima – os nossos heróis eram esses homens venturosos que diziam asneiras, bebiam Cinzano e brandiam talochas. Começámos por roubar-lhes betão fresco para construir garagens para os carrinhos. Uma ilha transformada num estaleiro é o cenário ideal para o exercício da imaginação. Ao fim de algum tempo, insistimos tanto que pudemos ajudá-los a encher as placas. Acabámos por aprender a traçar massa, a rebocar paredes, a assentar blocos. As noções que guardo já me safaram várias vezes. Foi bonita, a reconstrução da Terceira após o terramoto de 1980. O Governo abriu uma linha de crédito e cada um tratou do seu problema. Houve excessos, aberrações, falcatruas. Mas as pessoas partilharam materiais e força de trabalho e, em cinco anos, estava quase tudo reerguido. Já então Angra tinha sido classificada pela UNESCO. Não tenho a certeza de que ainda exista esse tipo de açoriano. Não tenho a certeza de que ainda exista esse tipo de português. Mas, desde que encontrei o Luís, que queria ser condutor de caterpillar e cumpriu o seu sonho, tenho menos medo de que a terra volte a tremer.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Terça-feira, 14 de Abril de 2015
publicado por JN em 14/4/15

IMG_6668.JPGE, então, porque não podemos viver de outra maneira, escrevemos. E cai-nos o cabelo e apodrecem-nos os dentes, como dizia Flannery O’Connor.

E somos uns chatos. E somos maus maridos e maus filhos e maus amigos. E sentimos culpa, e sentimo-nos indignos de estima, e continuamos, mesmo assim, a não responder quando falam connosco.

E não telefonamos nos anos, nem aparecemos nos churrascos, nem vamos ao café. E, se vamos, a única coisa de que falamos é disso: do livro. E tudo aquilo sobre que se conversa pode servir ao livro, caso contrário não nos importa.

E somos os maiores quando um parágrafo nos sai bem, e ficamos de rastos quando não encontramos um verbo. E sabemos que tem de ser mesmo assim, porque se não for o romance fica uma merda. Mas sentimos culpa na mesma.

E não pagamos as contas, e esquecemo-nos de pedir a garrafa do gás, e calçamos meias de pares diferentes. E de repente queremos fumar dois maços de cigarros e beber meia garrafa de uísque, sozinhos no jardim, a olhar para a noite e a chorar.

E temos de fazer um esforço para mudar de roupa, e não cortamos as unhas, e pomos lembretes no telemóvel para tomar os antibióticos e dar a comida ao cão a horas. E conduzimos depressa, e arranjamos chatices com as Finanças, e é uma sorte chegarmos vivos ao fim do dia, e às vezes acontece até não chegarmos.

E queremos desistir, e queremos ter um trabalho braçal, e queremos ser amigos. E queremos ser maridos e pais e atenciosos. E, quando ainda não perdemos de vez a esperança, escrevemos coisas como esta, para nos justificarmos.

E exageramos imenso. Mas continuamos escrevendo.

Entreguei esta madrugada o novo livro à editora. É o meu primeiro romance escrito no campo. Trabalhei nele durante mais de três anos, como um louco, e agora acho que precisava só de mais um dia.

Diário de Notícias, Abril 2015

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Joel Neto


Joel Neto nasceu em Angra do Heroísmo, em 1974, e vive entre a freguesia rural da Terra Chã, na ilha Terceira, e a cidade de Lisboa. Publicou, entre outros, “O Terceiro Servo” (romance, 2000), “O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas” (contos, 2002), “Banda Sonora Para Um Regresso a Casa” (crónicas, 2011) e “Os Sítios Sem Resposta” (romance, 2012). Está traduzido, editado e/ou representado em antologias em países como Inglaterra, Polónia, Brasil, Espanha e Itália. Jornalista de origem, trabalhou na imprensa, na televisão e na rádio, como repórter, editor, autor de conteúdos e apresentador. Hoje, dedica-se sobretudo à crónica, ao diário e à crítica, que desenvolve a par da escrita de ficção. (saber mais)
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